quinta-feira, 21 de maio de 2009

Le silence...

Bem...

Quase dois anos sem postar... mas como dizem que o bom filho à casa torna, cá estou...
Todo o tempo de silêncio não teve motivo especial... talvez o fato de não ter motivo especial tenha gerado o silêncio, afinal... o que somos sem motivação?

Falando em motivação...
Depois que o Vavá (o elemento motivador em questão) sugeriu a discussão sobre o Estatuto Racial, eu fui incitada a criar esse post. Lendo sobre o tema na internet encontro a seguinte peróla :

"A medida provisória e o Estatuto em estudos poderão adotar dispositivos já incluídos no edital divulgado pela UnB na semana passada, reservando 20% das vagas para o sistema de cotas. Um deles é a exigência de fotografia dos candidatos ao vestibular para evitar fraudes, já que a condição de negro será auto-declaratória." ( O Globo)

Coisas que não entendo:
Fotos para evitar fraude já que a CONDIÇÃO de negro é auto-declaratória? Como assim, condição? Desculpem a ignorância, mas uma condição é mutável, não? E outra... A foto é que vai evitar fraudes? Então a gente volta para o visual, para a cor da pele como elemento determinante? Isso era bem recorrente há 500 anos!!!!!

No próprio Estatuto, lá no comecinho diz: "§ 1o Para efeito deste Estatuto, considera-se discriminação racial toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça,
cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro
campo da vida pública."

As próprias propostas de cotização, acesso ao serviço público e coisas do tipo, ao invés de resolverem o problema da discriminação, ao meu ver, reforçam uma questão segregacional!!!!
Parece um tentativa de "corrigir os erros do passado" (expressão de efeito!) incitando um problema ainda maior...

Por que não a valorização intelectual? Por que não possibilitar o acesso a uma educação pública e de qualidade? Por que não repensar as formas de acesso às universidades (coisa que está sendo feita) e aos cargos públicos (apadrinhamento existe ainda?)?
Paliativos não constroem justiça social...

É obvio que a questão racial no Brasil é presente... é historicamente presente e problemática, porém está atrelada a uma outra que é a social... Este estatuto soa como uma tentativa de apaziguar ânimos e legar ao social espaço secundário...

Que acham?

Um comentário:

Marília Lila disse...

É aquela eterna história de usar – mal – alguns paliativos e transformá-los na única solução para o assunto.