segunda-feira, 14 de maio de 2007

Quando Beatriz e Caiana te perguntarem, Dionísio,
se me amas, podes dizer que não.
Pouco me importa
ser nada à tua volta,
sombra, coisa esgarçada
no entendimento de tua mãe e irmã.

A mim me importa, Dionísio, o que dizes deitado ao meu ouvido
e o que tu dizes nem pode ser cantado
porque é palavra de luta e despudor.
E no meu verso se faria injúria
E no meu quarto se faz verbo de amor.

(Poema V de Ode Descontínua e Remota para flauta e oboé..., de Hilda Hilst - Zeca Baleiro e voz de Ângela Ro Ro)

Um mês sem postar...
O silêncio sempre tem algo a dizer... tento aprender com ele...