terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Modestia à parte...

Modéstia à parte... Modéstia parte... Modéstia? Aparte!

A língua portuguesa é o máximo! É uma das minhas paixões junto com a história, filosofia, literatura e a física (sim, a física!). Mas não vou falar dela agora, nem de gramática e muito menos de figuras de linguagem (tem algo mais divertido que isso?).

Voltemos à modéstia. Semanas atrás fui acusada de ser imodesta! Tudo bem, relevei (uma pessoa entrou de gaiato numa brincadeira e levou as coisas a sério demais – o mundo anda mal-humorado, não?). Mas fiquei intrigada... Qual é, afinal, a vantagem em ser modesto? Imaginemos situações:

1) Você é músico. Passa horas da sua vida dedicando-se à composição e a algum instrumento particular. Certo dia, marcam uma audição para apresentares teu trabalho. Você vai lá, faz o melhor de si e espera as opiniões. Após alguns minutos, os jurados vem e falam assim: - Muito bem, pessoa...Tua apresentação foi modesta!

2) Estás apaixonado. É início de namoro. Passas a tarde na net procurando receitas de molhos, saladas, sobremesas, vinhos e queijos. Compra velas, decora a mesa, queima a barriga no fogão e rala os dedos no ralador. Depois do jantar a criatura adorada vem docemente dar uma opinião: - Benhêeeee...Amei o jantarzinho modesto que você fez...

3) Você está no ensino médio. Um professor passa um trabalho que, por algum motivo alheio a tua vontade, te empolga. Você pesquisa, queima pestana sobre os livros, pergunta, se informa, lê, lê, lê, escreve, escreve, escreve e entrega o que considera o máximo de si. Passam três semanas e o profe decide entregar os textos com recadinhos. No teu está assim: - 8. Trabalho modesto, mas caprichado.”

Como você agiria nessas situações (hipotéticas, claro...espero que nunca aconteça com você). Pergunto, então: Até que ponto ser modesto é bom?

Para auxiliar na reflexão:

http://www.citador.pt/pensar.php?op=10&refid=200610160900

“Quem é modesto em relação às pessoas mostra tanto mais em relação às coisas (cidade, Estado, sociedade, época, humanidade) a sua pretensão. É a sua vingança!”

(Nietzsche – Humano, demasiado humano)


sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

O melhor do mundo!!!


Podem me chamar de ufanista, não ligo. O cinema brasileiro é o melhor do mundo. Estou convencida disso. Acabei de me convençar há uma meia hora, exatamente...
Tudo por causa d´A Máquina. Gente, o filme é muito bom. Realmente. Impressiona a cada quadro . Como diria o esquartejador: Vamos por partes:
1) Atores: Parece redundância dizer que é bom um filme quando o Paulo Autran está no elenco. Pois é. Ele está e só isso ja faria os 90 minutos valerem a pena. O monólogo inicial quando ele descreve uma cosmogonia particular, justificada pela necessidade de existir, e só, é um demonstrativo do que vem pela frente. Paulo Autran é um monstro... ele cresce a cada gesto, te envolve e parece que vai te devorar... Eu o assisti no teatro, aqui em Itajaí... ele olhou pra mim... (ei! Não ri! É sério...). Os outros atores também passam intensidade e são ótimos, mas gente... o Paulo Autran tá no filme...
2) Questões estéticas: Não entendo muito bem da técnica e dos termos que compõe o dialeto dos cinéfilos, mas o filme é esteticamente divertidíssimo. Os cenários as vezes parecem de brinquedo e são desproporcionais em relação aos atores...tudo proposital, claro. O cenário é explicitamente uma metalinguagem dentro da narrativa. É uma outra forma de falar e abordar os temas do filme. Os cenários, por eles mesmo, contam o filme. A fotografia também impressiona. Tem cenas que dão vontade de congelar, recortar, ampliar e pendurar na parede...
3) Músicas: Eu quero o CD!!! Dia 16 de julho é meu aniversário... MP3 tá valendo. tem Zeu Britto (aquele da Soraia Queimada), Chico Buarque (ai ai ai) e uns que eu não conheço mas fazem uma espécie de modernização da música armorial. Show!
4) Enredo, tema, historinha...o filme, em si: Não vou falar do enredo porque isso dá pra encontrar a torto e a direito no google. Mas dois pontos me tocaram. O filme fala do tempo. Da passagem do tempo. Do que fazemos enquanto ele passa (se é que ele passa, talvez nós é que passemos por ele e nem percebemos). Vai da filosofia até a física... apresenta a possibilidade de viajar através do tempo, de voltar, refazer, reconstruir, reviver... e fala também de desejo. De sonhos, metas...de buscas. De querer algo, ainda que não se saiba o que é e ena busca incansável por esse algo acaba-se postergando todo um viver pleno do" agora" que passa a ser interpretado como um caminho para se chegar até sabe-se lá o que. Esse "sabe-se lá o que" acaba tendo mais importência que o agora e iso é uma inversão. Essa problemática é também belamente desenvolvida no Sidarta, do Hermann Hesse, mas dele eu falo outra hora...
Enfim, o filme é uma metáfora, uma fábula....é lindo...Vejam.

Mas não é só por causa deste filme que o cinema brasileiro é o melhor do mundo... Tem outros...
"Casa de Areia" é sem dúvida o melhor filme que assisti nos últimos anos. Sensível, sutil, delicado... fala do tempo e do silêncio. Do convivio consigo. E tem a Fernanda Montenegro que, no meu panteão, ocupa posto similar ao do Paulo Autran...
Tem um bobinho que não é o mehlor que eu já vi, mas é fofo e engraçadinho: "O casamento de Romeu e Julieta" conta as intempéries de uma relação amorosa entre um corinthiano e uma palmerense... É bem engraçado...
Tem outros, mas deixa assunto pra mais posts, né...
O ponto é que o Cinema brasileiro tem um "tchan" que não encontro em nenhum outro por ai. Não sei se é a simplicidade, a sutileza, a forma... ou o fato de eu ser brasileira e nem um pouco imparcial (isso não existe, oras bolas) sei lá. É o melhor e ponto...

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Antes tarde do que nunca...

Bem. É isso... cansei de fotologs e resolvi aderir ao Blog. Não foi uma escolha despropositada, na verdade. É que esta semana aprendi que não precisamos de Doutorado pra pensar e muito menos para expor aquilo que pensamos. Agora o mais fantástico é que, mesmo sem o título de doutor, as pessoas leêm aquilo que escrevemos. Formidável, não? (Só falta agora sairem flores amarelas da tela e a música "Aquarious" começar a tocar...
Resolvi começar o Blog essa semana porque, além de aprender que podemos escrever o que pensamos e que existem pessoas no mundo interessadas em saber o que pensamos através da leitura descomprometida com aquilo que escrevemos, também aprendi (no mesmo dia) que é fácil fazer um Blog. Sim, muito! A prova é o fato deste existir!
Isso não é um post, propriamente dito. Digo, sim.... é um post, mas não se refere a nada específico. É apenas uma apresentação. (obviamente um psicanalista destrincharia minhas palavras, silêncios e traria à superfície elementos obscuros e inusitados do meu ser, mas como não temo a psicanalise e acredito que psicanalistas têm muito mais com o que se preocupar... cá estamos.
Do que este blog vai tratar? Bem... Não sou uma pessoa autoritária, mas por favor... eu fiz, eu posto, eu decido. Dedicarei às coisas que gosto: História (novidade...), Literatura, Filosofia, Religião e temas transversais...
Acho que para início de conversa é isso... Me despeço com uma de minhas paixões...

"Boa noite, Boa noite, boa noite... a despedida é dor. Tão doce, todavia, que te darei boa noite até que seja dia..." (W. Shakespeare)