terça-feira, 10 de julho de 2007

A pessoa mais incrível que jamais conheci.

A pessoa mais incrível que jamais conheci.
A um amigo em potência.


Sim. Nunca conversamos. Em termos, na verdade. Vi, ouvi e sei que, certamente, é uma das pessoas mais incríveis que jamais conheci. Como voyeur, deleito-me no interstício, no hiato inapreensivelmente grande que surge, de súbito, em um instante. Paradoxal por conceito, porém vívido além da palavra ou antes dela. De súbito também aparecem devires. Assuntos, temores, temas, tramas e traumas que existem apenas em potência.
Como sei que esta, logo esta que não me sabe, é a pessoa mais incrível que jamais conheci? Explico. Trata-se daqueles que gostamos, ainda que não o tenhamos encontrado, mas reconhecido entre tantos outros como ente querido. Segundos são suficientes. A pessoa mais incrível pode, de fato, ser um conhecido. Ser aquele que cumprimentamos com um opaco aceno ou pelo qual passamos cegos, ofuscados em busca do fantástico. Pode também ter (ser) passado, apressado, desinteressado, elencando pessoas incríveis, inatingíveis, inexistentes. Manifestações únicas de desejo. Devires, uma vez mais.
A pessoa mais incrível que jamais conheci não me conhece, todavia. Talvez nem queira conhecer e isso gera a angustiante sensação de impotência. Como fazer para conhecer, finalmente, a mais incrível pessoa jamais conhecida?
Nada por fazer, apenas ser...
Estar...
Infinitivos na infinita espera pela possibilidade do ínfimo.
Cá estou então, a esperar.





*Em destaque, frase roubada do amigo Victor Taiar.

Um comentário:

ITAJAHYSTORIAS disse...

Adorei seu blog e seus escritos. Perdão pela invasão. Mas acho que estamos na mesma situação. Angústia quanto a ter um Blog e ter a sensação (talvez falsa) de que ninguém lê.
Valeu por comparecer no SarauBene e desculpe novamente pela invasão, mas é em missão clapiana! Vc podia mandar os textos pra publicar no Clap...não sei se já mandou...bom...